quarta-feira, 18 de julho de 2012


                                         

                        Onde o sol se fez sol.

Quando o coração se manifesta é o momento de abrir a janela interna,deixar escapar
os anseios, os medos, as aspirações. 
Numa dessas manifestações, decidi ouvi-lo e junto com a família tomar uma decisão,
mudar. A mudança, talvez seja a primeira reação para sair de uma situação estática.
Vendemos a casa em que morávamos e conseguimos comprar outra. A casa nova,
bem mais simples, más com uma vista de encher os olhos. Muito verde, uma casa rural.
Adquirimos novos hábitos. Acordar cedo com a melodia afinada de vários pássaros,
tomar o café da manhã com vista para o vale, caminhar pela redondeza sentindo
o cheiro de pinho, acompanhar a vida das maritacas e dos sagüis. Tudo isso num
pacote de fim de semana. De segunda a sexta a rotina de trabalho nos tira desse
encantamento.
Descobri que é possível falar com Deus. No banco instalado estrategicamente
no jardim para apreciar o por do sol é possível elevar o espírito a uma graça máxima.
É permitido cochichar com as borboletas e contar segredos ao jasmim que
envolve o caramanchão.
O sol aos poucos se despede estonteantemente vermelho.
Estou me especializando em adubos orgânicos, inseticidas naturais para combater
as pragas.
A macieira está com flores, sinal de muitas frutas, a manga, a jabuticaba, nêspera,
lichia, laranja, que pomar!.
Perdemos com o tempo a percepção do cheiro de terra molhada. Que previsão do
tempo que nada, é possível saber se vem chuva pela posição da lua, pela cor das
nuvens, pelo agito dos pássaros ou até mesmo pela direção do vento.
Só não consigo ainda, perceber o meu limite de paciência nesse mundo maluco
extra casa.
Comecei a perceber os diferentes tons de verdes.
Criamos rituais diários que nos fortalecem. Pedir que a virgem Santa nos cubra
com o seu manto azul, repetir orações em forma de mantra.
Amassar a massa de um pão e canalizar energias positivas, assar e degustar
a mais fina iguaria como se fosse dos Deuses.
Preparar uma carne, temperar, colher temperos na horta e especializar-se nos
sabores e odores.
Descobrir o jambolão, a lichia, a laranja Kinkan. Pensar em possibilidades, saídas.
                                                                                                        Fanny Fischer

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