Me perguntaram porque gosto tanto de cozinhar? e eu, parei para pensar na resposta. Lembrei de quantas sopinhas fiz para baixar a febre da minha filha e melhorar aquela gripe. Lembrei dos chás mágicos para acalmar ou diminuir uma dor de barriga. Lembrei das festinhas de aniversário, da pascoa, natal, ano novo... Lembrei de receitas aclamadas e esperadas pela família e julgadas rigorosamente por um jurado que não perdoa qualquer deslize. Lembrei das invenções, das crises económicas e da necessidade de fazer do nada alguma coisa. Lembrei das tardes de amassar pão e das orações feitas na sova. Lembrei das receitas que não deram certo e do apoio da família para não desistir. Lembrei dos pratos que acompanharam o crescimento da minha filha, brigadeiro, bolos, tortas, lasanha, pizza... uma preferência em cada época, em cada fase. Lembrei que virei referencia para familiares, com perguntas como, quanto tempo cozinho o ovo? qual o ponto da geleia? o meu pão não cresceu, o que fiz de errado?. Lembrei dos cafés e das longas conversas à mesa. Lembrei dos almoços de domingo que invadem o lanche e o jantar. Lembrei de seres invadindo a minha cozinha para provar a carne assada com pão, mesmo antes de ir a mesa. Lembrei dos suspiros com os suspiros. E...esqueci. Por que gosto tanto de cozinhar?. Lembrei, para sempre ser lembrada.
Fanny Fischer
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